A criopreservação de células estaminais é um procedimento que cada vez mais pais consideram com a chegada de um bebé. Consiste na recolha de uma amostra de sangue e tecido do cordão umbilical do recém-nascido, no pós-parto, para preservação.

Este procedimento funciona como um “seguro de saúde”, uma vez que as células poderão ser usadas mais tarde (até aos 25 anos) caso surja alguma doença cujo tratamento beneficie da sua utilização.

No entanto, surgem muitas dúvidas na hora de tomar esta decisão. Para que possa fazer uma escolha informada, criámos este artigo a pensar nos futuros pais.

 

Antes de tudo, o que são células estaminais?

As células estaminais são conhecidas como células-mãe. Esse nome advém do facto de serem responsáveis por gerar outras células com funções específicas no nosso organismo. Basicamente, são células indiferenciadas com a capacidade de se transformarem em diferentes tipos de células.

Estas características tornam-nas essenciais para o tratamento de várias doenças através de transplante. As células estaminais podem ajudar quem as recebe na regeneração ou substituição de tecidos e na produção de novas células.

O mesmo tipo de células também pode ser encontrado na medula óssea. No entanto, o acesso a elas é muito mais difícil.

 

5 Vantagens e desvantagens da criopreservação de células estaminais

Para que se possa tomar uma decisão consciente, é importante estar bem informado. Como quase todos os procedimentos médicos, a criopreservação de células estaminais tem associadas vantagens e desvantagens. Apresentamos em seguida as principais.

 

Vantagens

  1. Atualmente, são já conhecidas mais de 80 doenças que podem ser tratadas com a utilização de células estaminais. A leucemia e o cancro são dois exemplos que podem beneficiar do seu uso.
  2. Para além de serem 100% compatíveis com o próprio, estas células têm 25% de probabilidade de serem totalmente compatíveis entre irmãos.
  3. No caso de estarem guardadas em bancos privados, estas células podem ser utilizadas de imediato. Tal dispensa a necessidade de testagem de compatibilidade que poderia atrasar o processo de transplante.
  4. Recorrer às próprias células estaminais traduz-se num aumento da probabilidade de sobrevivência, comparativamente a casos de doação por parte de anónimos.
  5. O processo de recolha da amostra não representa qualquer risco para a mãe ou para o recém-nascido. Aliás, o procedimento é muito simples, não provoca dor e é feito em breves instantes.

 

Desvantagens

  1. A recolha de células estaminais está limitada a uma colheita única de sangue e de tecido do cordão umbilical após o parto.
  2. A qualidade da colheita vai depender do cordão umbilical do bebé. Quanto mais espesso e maior for, melhores serão as amostras recolhidas.
  3. O processo de criopreservação através de um banco privado é dispendioso, não sendo acessível a todas as carteiras. No entanto, várias marcas têm planos de pagamento faseados para quem preferir esta opção.
  4. As empresas fazem uma preservação das células ao longo de cerca de 25 anos. No entanto, não existem garantias da qualidade das mesmas no final desse período. Ou seja, as células podem estar criopreservadas, mas existe a possibilidade de não poderem ser utilizadas.
  5. A maioria das doenças congénitas tratáveis com células estaminais não permite utilizar material genético do próprio nem de um familiar.

 

Banco privado (familiar) ou banco público?

Sabia que existem duas formas diferentes de fazer a criopreservação de células estaminais do seu bebé? Pode recorrer ao banco familiar ou ao banco público. Passamos a explicar-lhe as diferenças entre os dois.

 

  • Banco familiar ou privado

No banco familiar, a amostra, retirada para criopreservação de células estaminais, tem como fim o uso próprio ou por familiares. Dessa forma, vai ser utilizada em transplantações autólogas ou alogénicas. Em ambos os casos, a taxa de sucesso é superior a qualquer transplante com células de indivíduos não relacionados.

Naturalmente, a reserva destas células estaminais para uso próprio ou de familiares compatíveis tem um custo. O valor a pagar varia de empresa para empresa, com o período de preservação a rondar habitualmente os 25 anos.

 

  • Banco público

No caso do banco público, como o próprio nome indica, os pais fazem uma doação das células estaminais do seu bebé. Assim, as amostras passam a integrar uma base de dados de dadores que podem permitir ajudar qualquer pessoa compatível.

Ou seja, o bebé deixa de ser o proprietário daquelas células e pode não ser o beneficiário em caso de necessidade. Isto porque, neste caso, as amostras podem já não estar disponíveis por terem sido utilizadas num transplante alogénico.

Tratando-se de uma doação pública, não existe um preço envolvido neste modelo de criopreservação de células estaminais. O banco público valoriza a grande relevância que estas têm demonstrado no tratamento de doenças.

 

Planeie com antecedência a criopreservação de células estaminais!

No planeamento da chegada de um bebé, a decisão sobre a criopreservação de células estaminais deve ser tomada o quanto antes. A preparação deve ser feita algumas semanas, ou até meses, antes do nascimento, para salvaguardar os casos de partos antecipados.

Desta forma, haverá tempo para tratar de toda a documentação necessária e esclarecer dúvidas sobre o procedimento. No pós-parto, os profissionais de saúde saberão o que fazer em relação ao cordão umbilical depois da clampagem.

 

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