A depressão pós-parto é uma condição de saúde mental que afeta muitas recém-mamãs. Trata-se de um quadro depressivo, caracterizado por tristeza profunda, ansiedade e desinteresse por atividades do dia a dia, incluindo os cuidados com o próprio bebé.
Estima-se que esta condição afete entre 10 e 15% das novas mães. Pode manifestar-se na fase final da gravidez e prolongar-se até ao primeiro ano de vida da criança, mas é mais comum surgir nos primeiros 4 meses após o parto.
Como se manifesta uma depressão pós-parto?
Um dos sinais mais comuns da depressão, em geral, é uma sensação de tristeza profunda e prolongada. No entanto, sentir-se triste pode não ser um sintoma de depressão.
No pós-parto é natural que surjam sentimentos de melancolia, ainda que de forma temporária. Este fenómeno é designado “baby blues” e está relacionado com as alterações hormonais, caracterizando-se por variações de humor, tristeza e irritabilidade.
Se foi mãe recentemente e sente estes sintomas, isso não significa necessariamente que está com uma depressão pós-parto. Segundo os especialistas, para se considerar um quadro depressivo, esses sentimentos teriam de perdurar por mais de duas semanas.
Além da tristeza profunda e persistente, a depressão pós-parto pode incluir os seguintes sintomas:
- Desinteresse por atividades diárias que costumava gostar de realizar;
- Ansiedade recorrente;
- Alterações no sono;
- Ideação suicida ou de comportamentos autolesivos;
- Baixa autoestima;
- Mudanças nos hábitos alimentares (perda de apetite ou compulsão alimentar);
- Sensação de fadiga e falta de motivação;
- Isolamento social;
- Inseguranças em relação à capacidade de ser mãe.
Se experienciar alguns destes sinais, mesmo no caso do “baby blues”, deve procurar ajuda médica para a ajudar a sentir-se melhor.
Quais as principais causas e fatores de risco da depressão pós-parto?
Na literatura médica não existe uma causa específica para a depressão pós-parto. O surgimento deste problema é, na verdade, atribuído a uma combinação multifatorial, que inclui variáveis biológicas, psicológicas, sociofamiliares e socioeconómicas.
A gravidez e a maternidade causam alterações hormonais significativas na mulher, podendo contribuir para o aparecimento desta condição. Além disso, há alguns fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolver uma depressão pós-parto, incluindo:
- Histórico de depressão ou ansiedade: Mulheres que já enfrentaram depressão ou transtornos de ansiedade têm maior probabilidade de desenvolver depressão pós-parto;
- Falta de suporte social e emocional: A ausência de apoio, durante e após a gravidez, pode gerar níveis elevados de stress, podendo desencadear o surgimento da depressão pós-parto;
- Dificuldades socioeconómicas: Mulheres em situação de vulnerabilidade social e económica apresentam maior risco de desenvolver esta condição;
- Complicações na gravidez ou parto: Gravidezes complicadas, partos difíceis ou até mesmo a perda do bebé podem provocar a depressão pós-parto;
- Gravidez indesejada: Esta situação aumenta significativamente o risco de depressão pós-parto;
- Problemas de saúde crónicos: Condições como obesidade e hipertensão, por exemplo, podem contribuir para o surgimento deste quadro depressivo.
O que fazer em caso de depressão pós-parto?
Um diagnóstico precoce da depressão pós-parto, de sintomas depressivos ou do “baby blues” é essencial para garantir o bem-estar mental da mãe. Nas consultas pós-parto, quer com o médico obstetra, ginecologista ou médico de família, é importante referir eventuais alterações.
O diagnóstico é feito a partir de uma avaliação clínica, que considera o tipo e a persistência dos sintomas. Aplicam-se escalas específicas para rastrear a depressão pós-parto e, com base nos resultados, define-se a abordagem terapêutica mais adequada.
O tratamento geralmente inclui psicoterapia com um psicólogo e, em alguns casos, o uso de medicação. Muitas vezes, as recém-mamãs evitam partilhar os seus sentimentos, escondendo os sintomas. No entanto, quanto mais cedo se iniciar o tratamento, mais rápida é a recuperação. Por isso, cuide de si!
A importância do autocuidado antes e depois do parto
A saúde mental é uma área, ainda hoje, negligenciada. A maternidade é uma fase extremamente exigente para a mulher, tornando-se fundamental promover o autocuidado na mãe.
Existem precauções que podem ser adotadas antes, durante e após a gravidez, para prevenir problemas de saúde mental, como a depressão pós-parto:
- Criar uma rede de apoio para a futura mãe, para lhe garantir o descanso fundamental e uma alimentação adequada após o parto;
- Proporcionar suporte socioemocional, especialmente dentro da família, permitindo que a recém-mãe partilhe as suas emoções sem julgamentos;
- Manter uma rotina de consultas médicas, em diferentes especialidades, antes e depois do nascimento do bebé;
- Preparar a grávida, da melhor forma possível, para o período do pós-parto, de modo a controlar a ansiedade que possa surgir nessa fase.
A maternidade é um momento único e especial na vida da mulher, mas também apresenta vários desafios. Para garantir o seu bem-estar e o do bebé, o autocuidado da mãe é essencial.
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