Alzheimer é uma doença do foro neurológico que surge geralmente em indivíduos com mais de 65 anos. Deve o seu nome ao psiquiatra e neuropatologista alemão Alois Alzheimer, o primeiro a descrevê-la, em 1906.

Costuma dizer-se que se trata de uma doença silenciosa pelo facto de evoluir de forma lenta. Aliás, esta patologia neurodegenerativa caracteriza-se pelo perecimento neuronal em zonas específicas do cérebro.

Em 2015, estima o World Alzheimer Reports, existiam em todo o mundo 47,5 milhões de pessoas com demência. Contudo, só 60% a 70% destes cidadãos teriam a doença crónica identificada. Por cá, os números da Associação Alzheimer Portugal apontam para 182 mil casos de demência.

 

Como desponta e se desenvolve a Doença de Alzheimer?

A perda de algumas das capacidades cerebrais está na origem do Alzheimer. Aliás, problemas de memória costumam ser os primeiros sinais da chegada da doença. Indicamos-lhe alguns esquecimentos típicos dos pacientes e que podem ajudar as famílias a identificar a patologia:

  • Perda de noção das datas e estações do ano em que se encontra;
  • Esquecimento de pormenores significativos ou de situações completas;
  • Sensação gradual de incapacidade para acompanhar instruções.

No entanto, à medida que a Doença de Alzheimer se vai desenvolvendo, outras funções começam a ser afetadas. Falamos, por exemplo, da linguagem, da capacidade de raciocínio e da orientação espaçotemporal. A coordenação motora é outra das funções debilitadas por esta patologia.

Ainda não se conhecem bem as causas da doença e não foi descoberta uma cura. Por esse motivo, a doença é irreversível. No entanto, já são conhecidos alguns tratamentos e comportamentos que ajudam a travar o avanço da enfermidade.

 

10 Sinais que alertam para a chegada desta doença silenciosa

Apesar de o Alzheimer ser ainda uma doença com muitos segredos para a Medicina, sucessivos estudos permitiram identificar os principais sinais de alerta.

  1. Problemas de memória, principalmente com situações mais recentes;
  2. Atrapalhação com tarefas do dia-a-dia, tais como cozinhar ou telefonar;
  3. Dificuldades de linguagem: perda de vocabulário simples e utilização de expressões desajustadas são alguns exemplos. Além disso, a comunicação escrita e falada torna-se mais difícil de compreender;
  4. Dificuldades de orientação em termos de tempo e espaço;
  5. Perda de alguma sensatez. Acontece, por exemplo, na gestão do dinheiro ou na simples escolha de vestuário de acordo com a época do ano;
  6. Fazer cálculos pode também ser problemático. Por vezes, a dificuldade estender-se à identificação dos números;
  7. Colocar objetos em locais que não são os esperados: por exemplo, os sapatos dentro do frigorífico;
  8. De forma repentina, os doentes de Alzheimer sofrem alterações ao nível de temperamento e comportamento;
  9. Modificações profundas de personalidade. Pode surgir confusão, letargia, melindre, abatimento e ansiedade, bem como fobia;
  10. Os doentes tornam-se pessoas dependentes e passivas. Além disso, deixam de se interessar por eventos sociais ou pelas suas próprias atividades do dia-a-dia.

 

Que tratamentos farmacológicos existem para o Alzheimer?

Apesar de ainda não existir uma cura, há um conjunto de tratamentos que permitem atrasar o avanço do Alzheimer em pacientes diagnosticados. Isto é possível através de fármacos e de tratamentos não farmacológicos, apoiados na neuropsicologia e estimulação cognitiva.

Estão ao dispor dos pacientes portugueses dois tipos de fármacos:

  • Coligérnicos: Atuam sobre a acetilcolinesterase, tentando retardar a destruição do neurotransmissor acetilcolina. No entanto, estes medicamentos só podem ser utilizados durante um período de tempo limitado. Além disso, apenas são recomendados para doentes nas fases ligeira e moderada.
  • Memantina: É utilizada para impedir a concentração elevada de glutamato (neurotransmissor) nos recetores. Contudo, este tratamento não é bem-sucedido em todos os pacientes. Enquanto alguns notam melhorias nas atividades do dia-a-dia e ao nível cognitivo, outros não sentem qualquer alteração.

Entretanto, foram surgindo também no mercado alguns suplementos que contribuem para a preservação das capacidades cognitivas dos pacientes.

 

Quais os tratamentos não farmacológicos?

Existem tratamentos para a Doença de Alzheimer que não envolvem qualquer tipo de medicação. A intervenção tem como principal objetivo estimular as funções cognitivas do paciente. Aliás, o foco está precisamente no seu bem-estar.

Os tratamentos não farmacológicos visam oferecer ao doente ferramentas que lhe permitam adaptar-se à sua condição. Pretende-se que se mantenha autónomo e confortável e que viva de forma digna o máximo tempo possível.

Nesse sentido, a neuropsicologia tem um papel importante a desempenhar. Esta ciência permite avaliar com maior exatidão o estágio da doença e perceber que terapêuticas podem produzir melhores resultados.

 

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