As doenças laborais são um tema importante que pode ter muito impacto na produtividade de uma empresa e na vida dos seus colaboradores. Trabalhadores mais saudáveis, motivados, com melhores condições de trabalho e apoio laboral tendem a gerar melhores resultados. São pessoas mais felizes e que trabalham com outra energia e fulgor.
É cada vez mais importante que as empresas estejam atentas a estes problemas de saúde. Devem identificá-los o mais cedo possível, de forma a dar-lhes uma resposta adequada.
Descubra agora 6 das doenças laborais mais comuns e de que forma é que podem ser prevenidas.
1. DORT
A sigla acima indicada significa Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Representa algumas das doenças laborais mais comuns, especialmente nos ambientes de fábrica com linhas de montagem. São provocadas pela repetição contínua de movimentos muito específicos e afetam principalmente mãos, pulsos, braços, cotovelos, ombros e região cervical.
A má postura no local de trabalho é também um agente causador destes problemas laborais. Quanto mais tempo se prolongar, pior poderá ser o processo de tratamento, podendo levar, em casos extremos, à invalidez.
Alguns dos problemas mais comuns são:
- Síndrome do túnel cárpico – Afeta os dedos e a face da palma da mão;
- Tendinite– Atinge os tendões, principalmente do cotovelo e do pulso;
- Bursite – Afeta as articulações.
A melhor forma de prevenir o surgimento destas doenças ocupacionais é aplicar uma pausa para descanso regular. Este período deve ser aproveitado para fazer ginástica laboral, de forma a relaxar as regiões mais afetadas pelos movimentos repetitivos. Além disso, o local de trabalho deve ser ergonomicamente adequado à tarefa desempenhada.
A prática desportiva regular é outro dos fatores que pode ajudar a prevenir a doença laboral. Ao fazê-lo o trabalhador vai estar a fortalecer os músculos e as articulações e a melhorar a postura.
2. Doenças laborais que afetam a saúde mental
Um estudo da União Europeia indica que Portugal é o país onde há mais probabilidade de um trabalhador atingir o burnout. Esta é uma condição extrema, de fim de linha, que gera hoje uma grande preocupação no seio de muitas empresas. Stress, ansiedade, ataques de pânico, depressão são outras doenças laborais que atingem a saúde mental.
Entre os principais motivos para o desenvolvimento destes problemas estão:
- Pressão laboral, ao nível de prazos e carga horária;
- Pressão emocional e cognitiva;
- Excesso de controlo sobre as funções;
- Monotonia laboral;
- Falta de novos estímulos e desafios;
- Ausência de empatia entre colegas;
- Pouco apoio por parte de superiores hierárquicos;
- Falta de reconhecimento e recompensa por resultados.
Não existe uma forma linear de resolver esta questão, já que cada caso é um caso. No entanto, as empresas devem criar internamente sistemas que a tornem um local onde o trabalhador se sinta realizado. Além disso, é cada vez mais importante normalizar a visita de rotina ao psicólogo. A terapia pode ajudar a encontrar respostas, perceber o que está mal e o que é preciso fazer para mudar.
3. Problemas dermatológicos
Muitas profissões implicam que a pele esteja em contacto com produtos químicos, que podem provocar problemas dermatológicos como dermatites, úlceras, infeções e até cancro.
A melhor forma de prevenir estas doenças laborais é através da utilização de material de proteção adequado. Só assim será possível evitar, ao máximo, o contacto com estes agentes nocivos. Também é recomendável que aconteça um acompanhamento médico regular.
No caso de surgir algum problema de saúde, o trabalhador deve imediatamente deixar de exercer as suas funções habituais. Isso vai prevenir a deterioração do seu estado de saúde pela continuidade do contacto com os mesmos produtos.
4. Problemas de visão
Vista cansada, dores de cabeça, sensação de peso nas pálpebras, comichão ou lacrimejar. Estes são alguns dos efeitos que podem ser provocados por:
- Iluminação deficitária no local de trabalho;
- Excessivas horas passadas em frente ao computador, sem qualquer tipo de pausa;
- Variações bruscas de iluminação entre as diferentes divisões do espaço laboral.
A iluminação pode afetar muito a produtividade e a saúde ocular de um trabalhador. Por isso, a melhor fora de prevenir este tipo de doenças laborais é a aposta numa iluminação adequada. Existem três fatores importantes, cujo equilíbrio deve ser tido em consideração:
- Quantidade;
- Qualidade;
- Estabilidade
A uniformização da iluminação no espaço de trabalho é importante de forma a prevenir situações de falta de luz, excesso de reflexos e contrastes. Deve-se dar prioridade à luz natural, mas acrescentar-lhe uma fonte de luz complementar em caso de necessidade.
5. Doenças auditivas
Máquinas de corte, berbequins, martelos pneumáticos são apenas alguns exemplos de ferramentas que podem estar associados a doenças auditivas associadas ao trabalho. A exposição contínua de trabalhadores a ruídos intensos pode provocar a perda de audição de forma temporária ou definitiva.
A única forma de minimizar os efeitos nefastos de ruídos exaustivos é a utilização de equipamento de proteção individual como sonómetro, tampões e auriculares de cabeça.
6. Doenças pulmonares e cancro
Muitas profissões envolvem o contacto com substâncias químicas prejudiciais à saúde, tais como, pós, fibras, gases, fumos ou vapores. Estes agentes nocivos podem provocar tosse, asma, dores e pressão no peito, etc. Dificuldades respiratórias que, mesmo depois do fim da atividade, podem permanecer. No entanto, podem também levar a doenças laborais e boletins clínicos mais graves. O contacto contínuo, durante anos a fio, pode acabar em diagnóstico de doenças pulmonares ou até mesmo cancro.
Mais uma vez a prevenção passa pelo uso adequado de material de proteção individual. No entanto, sabe-se que nem sempre esta barreira de defesa é 100% eficaz. É importante seguir todos os protocolos, de forma a cuidar ao máximo da segurança e da saúde.
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