Os distúrbios alimentares são problemas de saúde que estão muito associados à “cultura do corpo”. Esta exagerada preocupação com a aparência física e com o controlo do peso, pode desembocar em comportamentos compulsivos e prejudiciais para a vida e equilíbrio dos indivíduos.
Falamos de uma condição que pode afetar qualquer pessoa, em qualquer idade, sendo, contudo, mais prevalente em adolescentes e jovens adultos do género feminino.
Neste artigo, apresentamos-lhe os principais distúrbios alimentares identificados pela comunidade científica e os respetivos sintomas. Além disso, convidamo-lo a conhecer outros que são menos conhecidos.
Fatores que podem desencadear distúrbios alimentares
Antes de falarmos dos diferentes distúrbios alimentares, convém referir a sua origem. São vários os fatores que podem estar associados ao surgimento destas doenças. Para além do culto obsessivo pelo corpo, destacam-se:
- Alimentação desregulada e pouco saudável;
- Visão distorcida do próprio corpo;
- Fraca autoestima;
- Sentimento de culpa;
- Questões hormonais;
- Problemas emocionais.
Anorexia vs. Bulimia
Os distúrbios alimentares mais conhecidos pela população em geral, bem como os mais comuns, são a anorexia e a bulimia. Através de técnicas de controlo calórico, feitas em segredo, – e que, por isso, escapam ao olhar atento de quem as rodeia –, estas pessoas vivem obcecadas em alcançar uma imagem dentro de padrões estéticos tidos como ideais.
Apesar de o objetivo ser idêntico, anorexia e bulimia revelam comportamentos muito distintos:
✓ Anorexia – Os doentes fazem uma redução severa dos alimentos ingeridos, o que provoca uma grande perda de gordura e massa muscular. Mesmo perante uma diminuição excessiva de peso, o indivíduo continua a sentir-se mal no seu corpo e a ver-se longe dos padrões físicos desejados. Esta patologia acaba por provocar problemas de saúde como:
- Perda do ciclo menstrual, no caso das mulheres;
- Gastrite;
- Pele seca e descamação;
- Hipotermia;
- Anemia.
✓ Bulimia – A alimentação mantém-se em níveis normais ou até excessivos, no entanto, com o objetivo de reduzir ou manter o peso, são usadas técnicas como o vómito forçado, laxantes e diuréticos. Apesar de sofrerem de um distúrbio alimentar, estas pessoas conseguem manter um índice de massa corporal (IMC) considerado normal. Porém, outros problemas de saúde podem surgir por via do regurgitamento frequente:
- Inflamação e dores de garganta crónicas;
- Problemas nas glândulas salivares;
- Perda de esmalte dos dentes;
- Perturbações do foro intestinal;
- Desidratação grave;
- Problema de desregulação de eletrólitos com níveis demasiado elevados ou muito reduzidos de sódio, cálcio, potássio, entre outros;
- Sangramento retal.
Transtorno compulsivo alimentar
Outro dos distúrbios mais comuns é o transtorno compulsivo alimentar. Este é caracterizado por episódios de descontrolo no consumo de alimentos.
Neste caso, e ao contrário do que pode acontecer na bulimia ou anorexia, não existem comportamentos de compensação. Como tal, a grande maioria dos pacientes com este tipo de transtorno vive com excesso de peso ou com obesidade. Além disso, incorre em problemas de saúde mais graves ao nível arterial e cardiovascular.
Outros distúrbios alimentares
Para além dos problemas alimentares que referimos anteriormente, existe um conjunto de transtornos que são menos conhecidos. Falamos de:
- Hipergafia: Vontade incontrolável de comer, mesmo quando não se tem fome. Geralmente tem origem numa experiência traumática e fases depressivas;
- Ortorexia: Obsessão pelo consumo de alimentos saudáveis e nutritivos. Este transtorno está relacionado com a chamada “prisão do corpo magro e definido”;
- Alotriofagia: Tendência para ingerir substâncias não alimentares como giz, carvão, batom, entre outras;
- Vigorexia: Prática excessiva de exercício físico e dietas rigorosas.
Como tratar os distúrbios alimentares?
É muito difícil para um doente assumir que precisa de ajuda. Se, em alguns casos, a vergonha os impede de falar, em muitos outros não há consciência do risco e da gravidade da situação. Para todos estes, a família e os amigos revelam-se fundamentais para um processo de cura bem-sucedido.
É importante perceber que estas pessoas vivem em sofrimento e, por isso, devem ser ajudadas e compreendidas. A intervenção e o acompanhamento de equipas multidisciplinares são, quase sempre, recomendadas em qualquer uma das doenças.
Para além do seguimento pelo médico de família e do apoio familiar, a intervenção de um nutricionista pode ser fundamental no campo da alimentação, pois permite que os doentes iniciem um processo de reeducação alimentar.
De forma a inverter a visão distorcida do corpo, ou perceber os traumas que estão na génese do distúrbio, é importante recorrer a especialistas em saúde mental.
Todos estes profissionais podem trabalhar individualmente ou em complementaridade para resolver os problemas decorrentes dos distúrbios alimentares.
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