Todos temos algum familiar, amigo ou conhecido que deixou de consumir leite e seus derivados por afirmar ter intolerância à lactose. Mas será que todas essas pessoas são realmente intolerantes?

Há especialistas que acusam a indústria das bebidas vegetais de a ter tornado numa “doença” da moda. Assim, em torno deste problema acabaram por se criar vários mitos e dúvidas. Neste artigo queremos esclarecer tudo e começamos por responder a algumas questões.

 

Afinal, o que é a intolerância à lactose?

Esta patologia é simplesmente uma deficiência do organismo na produção da lactase. Esta enzima tem um papel fulcral na digestão da lactose, o açúcar presente no leite e seus derivados. Quando a lactose não é digerida, a sua acumulação provoca dores de estômago, flatulência e outros problemas gastrointestinais.

Além destes, dores abdominais, diarreia, inchaço ou cólicas são outros sintomas que podem surgir depois da ingestão de produtos ricos em lactose. Estas reações do organismo ocorrem entre 30 minutos e 2 horas após a ingestão de laticínios ou seus derivados.

Os graus de intolerância à lactose são muito variáveis de pessoa para pessoa. Ainda assim, esta não pode ser considerada uma patologia grave, apesar de ser bastante comum e incómoda. Hoje em dia, estes casos são facilmente aliviados com uma dieta específica ou medicação. Além disso, os supermercados contam já com muitos alimentos livres de lactose destinados a quem sofra desta condição.

 

Como pode ser feito o diagnóstico?

Antes de se poder fazer o diagnóstico de intolerância à lactose é preciso fazer a despistagem de outras patologias. São elas: a síndrome do intestino irritável, a doença de Crohn e a doença celíaca. Para isso, será preciso consultar um médico especialista que, além de avaliar o histórico do paciente, vai tentar descobrir a origem dos seus problemas gastrointestinais.

Um dos testes passa por fazer uma restrição ao consumo de leite e derivados durante um certo período de tempo. Se os sintomas desaparecerem e regressarem com a reintrodução dos laticínios, isso poderá confirmar esta patologia.

Podem também ser feitas análises ao sangue, de forma a avaliar se se verifica um aumento da glicose na corrente sanguínea após a ingestão de lactose. Caso isto se verifique, então significa que a lactose está a ser degradada, ou seja, não existe intolerância.

Outra opção é avaliar sinais de fermentação da lactose no intestino. Para isso os médicos recorrem ao teste do ar expirado. Um exame de fezes pode também ajudar a confirmar o diagnóstico.

 

4 Mitos sobre a intolerância à lactose

1. Devemos todos evitar o consumo de lactose

O surgimento de várias dietas que recomendam a eliminação do consumo de leite e derivados acabou por gerar um mito. Ao contrário do que muitas vezes ouvimos dizer, estes alimentos, onde encontramos a lactose, não são prejudiciais para a saúde. Aliás, é a eles que se vão buscar proteínas, vitaminas D e B12, cálcio e riboflavina, elementos importantes para o bem-estar do nosso organismo.

Se os laticínios não forem devidamente substituídos, pode haver risco de desnutrição, perda de peso, deficiência de cálcio, entre outros.

 

2. É o mesmo que alergia à proteína do leite

Muitas pessoas confundem intolerância à lactose com alergia à proteína do leite e as diferenças são grandes. No caso da segunda, estamos a falar de uma reação do sistema imunitário à ingestão da caseína. Apesar de também provocar problemas gástricos, este tipo de alergia pode causar também reações na pele e no sistema respiratório.

 

3. Intolerante sempre, laticínios nunca mais!

Contrariamente ao que se possa pensar, o diagnóstico não é sinónimo de nunca mais poder consumir laticínios. Vai depender de cada caso, já que os níveis de tolerância são muito variáveis. Dessa forma, é possível que algumas pessoas consigam incluir na sua alimentação produtos com um teor mais baixo de lactose. Por exemplo, no processo de fabrico de alguns derivados do leite é utilizada lactase para reduzir a presença do dissacarídeo.

Além disso, as pessoas intolerantes podem recorrer a medicamentos para contornar o problema. O Lactease, por exemplo, assegura a função da lactase no organismo.

 

4. Tem cura

Talvez muitos dos afetados por esta situação assim o desejassem, mas, na verdade, a intolerância à lactose não tem cura. Uma vez que existam problemas na sintetização de lactase, não há volta a dar.  Contudo, existem já muitas alternativas para contornar o problema e manter alguma normalidade na alimentação, preservando o bem-estar digestivo dos intolerantes à lactose.

 

Ficou surpreendido com algum destes mitos? Esperamos ter ajudado a esclarecer algumas questões sobre este tema. Continue a acompanhar os artigos do blog da Farmácia Nova da Maia. Faça já a subscrição e receba no seu email todas as novidades!

 


 

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